domingo

ADS Capítulo 24 - A volta dos pesadelos

Depois de tirar o gesso da minha perna eu sai daquela sala assustadora, já podendo andar, porque eu realmente estava bem melhor. Mas eu ainda mancava. Fui voltando até aquele quarto pequeno e isolado e me deitei na cama. Depois de me deitar, a enfermeira retirou as faixas da minha cabeça, mas ainda me restava meu braço engessado. Eu me sentei e a Demi sentou na cadeira ao lado, e a enfermeira disse:
-Eu sei que a (seu nome) ainda não pode fazer movimentos bruscos, mas se algo acontecer eu não sei de nada. Só tentem falar baixo e não quebrar a cama aqui dentro.
-Tudo... Bem... -eu disse entendendo o que ela disse.
Eu não sabia o que era transar, muito menos com outra mulher, mas parecia que já tínhamos feito algo, porque na mesma hora que a enfermeira saiu a Demi olhou pra mim e sorriu maliciosa. Eu pensei: "Bom, vou dar a desculpa de que estou doente, até me lembrar como se.. Faz isso.." E ela disse:
-Eu sei que você esta doente, não vou nem falar nada, mas quando você sair daqui não tem escapatória, eu já estou 3 meses na seca.
Eu fiquei vermelha e me deitei na cama, ignorando qualquer gesto dela.
-Ai meu Deus... Eu tinha esquecido que você não se lembra... -ela disse colocando a mão na boca. -Você voltou a ser um ser humano puro... -ela disse caindo na gargalhada, e só me fez ficar mais vermelha.
-Eu.. Podemos.. Conversar?
-Claro bebê.-ela disse calmamente, e se levantando da cadeira, em seguida sentando do meu lado.
-Porque eu estava nervosa?
Ela corou e eu vi uma lágrima no seu rosto.
-O que foi, meu anjo? -eu disse me levantando, e abraçando ela.
-A culpa é toda minha, mas eu não posso te contar agora, espera você sair do hospital, eu te explico tudo.
-Nem que a culpa seja sua, princesa... Não precisa chorar, eu to aqui com você, meu amor.
Ela chorou mais um pouco nos meus braços e depois se deitou comigo, novamente. Ela ficou me contando umas histórias que aconteceram nesses meses, enquanto eu lembrava novamente do dia que eu me apaixonei por ela. "Eu achei o porque dela se cortar, e ainda descobri que ela tinha bipolaridade. Eu achava ela tão linda, e tão engraçada, e tão... Ela era tudo que eu sempre amei, e então foi ai que me apaixonei por ela, queria ser sua fã e comecei a procurar seu twitter, mas parecia estar desativado, mesmo assim eu mandava mensagens de apoio e ficava todos os dias aguardando por uma notícia nova. Até que um dia, meus amigos, também fãs dela, começaram a se chamar de "Lovatics". Eu adotei o nome e usei durante todo o tempo, assim como os outros. Três meses depois ela saiu milagrosamente da clínica, dia 28/01/2011. E desde então eu continuei a ser fã dela até hoje." Quando eu terminei de lembrar desta nota que eu escrevi em meu computador no inicio de 2012, eu me levantei e disse:
-Ei, que horas são?
Ela se levantou e sentou do meu lado, fuçando seu relógio.
-São.. Cinco e meia, porque?
-Tem algum tipo de biblioteca ou lugar que possa sair do quarto para visitar?
-Deve ter...
-Então vem! -eu disse descendo da cama e calçando as pantufas ridículas que ela me comprou a provavelmente alguns meses e deixou ali debaixo da cama. Puxei o braço dela, corri devagar até a porta com ela e olhei pros lados. Ninguém. Sai do quarto, e por sinal o hospital estava meio vazio naquele dia, porque não havia ninguém. Fomos até uma sala que tinha duas portas enormes, com um letreiro ainda maior em cima escrito: Biblioteca. Em baixo também havia uma placa, dizendo: fechamos pro almoço. Mas parecia que eles fecharam a meses, por que a placa estava velha, e manchada, e pelo que eu acho ninguém almoça 5 horas da tarde. Empurrei a porta com o braço esquerdo e não abriu. A Demi me encarava, tentando dizer que aquilo era errado, mas ao mesmo tempo estava gostando. Eu nem liguei, então com minha perna boa, dei uma de trombadinha e chutei a porta, fazendo a mesma abrir, e revelar um lugar imenso, com cheiro de mofo, e com TVs enormes de plasma espalhadas pelas paredes. Tinha também uma espécie de segundo andar, para pegar os livros em lugares altamente altos. Entrei rapidamente, puxando a Demi pelo braço e fechei aquelas portas grandes no fim de um corredor vazio. Entrei de volta, olhei pra Demi e ela ia me perguntar o que foi, mas eu fui mais rápida e puxei ela pelo braço até o segundo andar, agarrei ela pela cintura e beijei a sua boca. Ela entendeu tudo, então depois de alguns segundos ela separou nossos labios e disse:
-Nem doente você para com esse fogo? Não da pra fazer isso aqui, é proibido, eu vou ser presa e fora que seu braço principal esta quebrado.
-Vai me recusar assim, garota?
-Não me chama de garota!
-Garota, garota, garota!
Ela bateu no meu braço quebrado e eu me fingi:
-AI! VOCÊ QUEBROU MEU BRAÇO, SOCORRO!
-Ai amor, desculpa... Desculpa, eu sou muito desastrada!
-Tudo bem, eu tava brincando.
-Sua besta! Eu estava toda preocupada!
-Ta... Então se a gente não vai transar, podemos voltar.
-Isso. Não quero ser presa.
Sai da biblioteca com ela do meu lado, caminhei até o quarto e me sentei, ela também se sentou, e eu disse:
-O que eu faço agora?
Ela ia me dizer algo como: "Dorme" ou "Vai ler a lista de jejum dessa semana", mas ela teve uma ideia, e começou a fuçar a bolsa. Ela tirou de lá um pacotinho de presente, uma caixinha pequena, do tamanho de uma caixinha bem gorda de remédio, e me deu.
-Abre... -ela disse me entregando aquilo.
-Tá...
Abri e era uma caixa de um Iphone 4s, eu abri um super sorriso e falei:
-Uau! Porque.. Você...
-O seu celular quebrou no acidente, e eu sei que você ama mexer nessa bodega, então...
Eu pulei da cama e peguei ela no colo, não me importado com a minha fraqueza, e abracei ela muito forte, dizendo:
-Deus, se eu estou sonhando, não me acorde, eu te amo mais do que tudo por você ter colocado essa mulher no meu caminho, cara!
Ela deu uma risadinha que eu achava a coisa mais fofa e me beijou, depois sentei ela na cama e sentei do seu lado, abrindo o caixa devagar, pra não estragar a caixa também. Então me veio mais uma memória.. Dessa vez era do dia que eu beijei ela pela primeira vez. Comecei a me lembrar como acontecia, enquanto eu tirava o celular cuidadosamente da caixa. Ela ficou observando tudo sorridente e atenta aos meus movimentos. Me lembrei do momento em que eu estava chegando no parque, andando e procurando um florista. " "Ali esta!", Pensei comigo. Continuei andando até perto dele, e mandei ela fechar os olhos. Peguei uma flor e mandei ela abrir os olhos ela adorou, mas depois ficou gaguejando e se aproximando da minha boca, eu não me controlei, puxei ela pelo pescoço e beijei-a pela primeira vez." Depois de me lembrar tirei o celular da caixa completamente, mas ainda tinha que carregar na tomada, então assim fiz, e enquanto ele carregava eu contei pra ela das minhas memórias.
-Amor...
-Fala, bebê.
-Eu lembrei do dia que eu te beijei pela primeira vez.
-Sério? E como foi?
-Vai me pedir pra te contar o que acontece sempre que eu lembrar de algo? Mesmo tendo vivido tudo?
-Sim, ué. Eu vou dormir com você hoje, então me conta, porque eu não tenho nada mais interessante pra fazer enquanto seu celular não carregar.
-Ta bom...
(...)
Depois de contar a história ela adormeceu do meu lado, debaixo das cobertas comigo. Fiquei observando ela dormir, enquanto beijava sua bochecha e meus olhos iam se fechando, e se fechando, até que eu adormeci. Sem mais nem menos comecei a sonhar. " O dia estava calmo e sereno, na praia... Com as gaivotas cantando alegremente e sobrevoando a área, enquanto eu tomava uma limonada, de biquíni  sentada em uma cadeira. A praia estava totalmente vazia, a não ser por um borrão no mar, bem perto. Provavelmente era a Demetria, eu não sabia, porque eu não estava enxergando totalmente bem. Resolvi dar um mergulho com ela, fui me aproximando do mar e ainda só via ela parada ali. Quando cheguei perto o suficiente pra ver ela, eu realmente enxerguei. Ela estava com algumas mordidas muito feias na pernas, pareciam de tubarão. E boiando, com os olhos abertos e com o rosto mortificado e mais branco do que nunca, e seus olhos já não possuíam um certo brilho e eu fiquei desesperada, entrei na água, peguei o corpo dela e já estava saindo da água com ela, quando senti um corte profundo na perna.
-AAAH, EU VOU TE MATAR, SEU PEIXE IDIOTAAA!
Continuei correndo pela água, até que cheguei mancando na areia, e sujando a mesma de sangue, coloquei a Demi no chão e olhei chorando pro seu rosto mortificado. Ela olhou pra mim, e sorriu, como se fosse a própria morte me olhando, até que..." E eu acordei... Acordei com o rosto cheio de lágrimas e com a Demi encolhida e abraçada comigo, devia ser umas sete da manhã. Abracei ela bem forte e beijei sua cabeça. Sacudi ela e a mesma abriu os lindos olhinhos bem devagar.
-O que foi meu amor?
-Você ta viva? -eu disse desesperada.
-O que você acha?
Abracei ela mais forte, enquanto dizia:
-Eu tive um sonho horrível com você essa noite...
Ela também me abraçou e depois de alguns segundos ela disse:
-Você me desculpa?
-A culpa não foi...
-Não pelo sonho, amor.
-O que a senhorita fez?
-Eu sou sempre tão ruim com você, meu bem...
-É?
-Eu lembrei de quando aquele babaca me bateu e nós voltamos pra casa, eu pedi pra você me carregar no colo, mesmo você estando com o pulso quebrado e ter lutado contra ele.
Eu não fazia a minima ideia de quem ela estava falando, muito menos de quando eu quebrei meu pulso.
-Que?
-Você não se lembra?
-Não mesmo. E afinal... Nós estamos no Brasil ainda?
-Não, estamos em um hospital isolado em Nova York.
-Legal, não pode ficar melhor!
-Quando você se lembrar, me desculpa tá?
-Tudo bem.
-Quer dormir ainda?
Eu ia responder, mas a enfermeira chegou novamente no quarto dizendo:
-Bom dia, vocês duas.
Eu só tinha notado que ela era bonita naquela hora. Ela devia ter uns 20 anos, era morena e tinha os olhos azuis e usava todos os dias um batom vermelho chamativo que deixava seus lábios ainda mais carnudos. Eu "sem querer" desviei o olhar pros seus peitos e no mesmo segundo a Demi percebeu e me deu um tapinha no ombro. A enfermeira nem notou, só colocou uma bandeja com um café da manhã de jejum em cima da mesinha e disse:
-Coma tudo, mais tarde seu médico vem te fazer uma visita, e é bom vocês não estarem deitadas na mesma cama.
Ela bateu a porta e a Demi lançou:
-(Seu nome)!
-O que foi?
-Para de se fazer de desentendida, você tava olhando pro peito da enfermeira!
-Pois é, que decote grande que eles fazem nesse uniforme do hospital né? Temos que denunciar.
Ela fez biquinho e uma cara de choro pra mim e eu disse:
-Amor, para de ciúme, eu só amo você, meu olhar só desviou rapidinho... Eu juro, eu prefiro seus peitos, mil vezes...
-Para com isso, você nem lembra como eles são.
Não sabia o que dizer, então comecei a rir e ela riu junto, foi até a tomada pegou meu celular e colocou na mesinha, ao lado da comida. Mordeu os lábios enquanto pegava aquela sopa quentinha e o pão que tinha ao lado e sentava do meu lado, fazendo tudo com cuidado.

CONTINUA...

Amanhã tem mais pimpolhos! Durmam com Dems e chessus ♥ Eu sei que a vida delas ta difícil e ta muito barra.. Mas a vida é assim, tem altos e baixos, fora que deixa a história mais interessante ;)

6 comentários:

  1. Pra mim a história ta foda,demais
    Demi negando fogo? MILAGRES kkkkkk
    Que feio S/N olhando pros peitos da enfermeira rs
    Continua linda....

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  2. Se superou viu..Olha so tem uma palavra pra descreve esse imagine "perfeito",continua logo gata ..

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    1. Obg, eu estou com pouco tempo por causa dos estudos, mas vou postar o outro hj msm ♥

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